quarta-feira, 2 de novembro de 2011


PRECONCEITOS
Liane Saenger

Preconceitos são formas de ver as coisas e as pessoas. São adquiridos, aprendidos ou desenvolvidos ao longo dos contatos sociais que se vai fazendo. Às vezes, estão involuntariamente presentes em nossos pensamentos e ações e podemos até nos assustar quando os percebemos em nós mesmos. A quebra de modos de pensar e agir, mesmo quando a consideramos necessária, pode ser traumática ao voltar-se contra algo no qual sempre se acreditou ou contra a forma de alguém muito próximo a nós pensar e agir. Muitos conflitos podem ser ocasionados em função disso.

Algumas temáticas em torno das questões de igualdade, diferença, equidade e, certamente, justiça social precisam ser delicadamente tratadas quando alunos, principalmente os menores, estão envolvidos. Há crianças e adolescentes que chegam à escola com conceitos dados como únicos e imutáveis. Não aceitá-los, ou negá-los, pode inviabilizar o necessário respeito na relação entre professores e alunos. E pode provocar sérios problemas entre a escola e os responsáveis pelos alunos. Muitas vezes, todo um trabalho anterior junto à comunidade precisa acontecer para que seja possível a aceitação de que há diversidade de pensamentos e de posicionamentos dos indivíduos e grupos em relação a diversas questões. Esse é apenas um primeiro passo em direção a aprendizagens a partir das quais cada pessoa e grupo podem modificar seu modo de pensar e agir, principalmente, em relação aos outros.

No entanto, essa tarefa não significa convencimento de que sempre se devam aceitar formas de pensar e agir de outras pessoas e grupos. Existem condições, comportamentos e valores de ordem mais geral que extrapolam as características locais, tais como o respeito à vida, e precisam receber seu devido empenho de manutenção.

Programas de televisão, tanto de canais abertos quanto pagos, são um grande formador de opinião. Mesmo nessa época de sacralização do digitalizado, grande parte do tempo livre dos sujeitos se passa em frente a essa telinha que pode ser muito informativa, mas também muito deformativa.

Fonte: Curso de Produção de Material Didático para Diversidade. Módulo 1 | Concepções e análise de materiais didáticos na perspectiva da diversidade. UFRGS
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